Adam Smith: Principais pensamentos e contribuições

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Adam Smith, nascido em Kirkcaldy, Escócia, em 1723, é uma figura incontornável quando se trata do estudo da economia. Suas ideias pioneiras e suas obras marcaram o início de uma nova era na compreensão dos princípios econômicos fundamentais e do funcionamento das sociedades em relação ao comércio e à riqueza.

Sua obra mais famosa, “A Riqueza das Nações”, publicada em 1776, trouxe ao mundo conceitos revolucionários que continuam a ser estudados e debatidos nos dias de hoje. Smith defendia a ideia de que os indivíduos, ao buscarem a maximização de seus próprios interesses econômicos, acabariam contribuindo, de forma não intencional, para o bem-estar geral da sociedade. Essa noção ficou conhecida como “a mão invisível” do mercado.

Além disso, em sua obra “Teoria dos Sentimentos Morais”, publicada em 1759, Adam Smith explorou o lado humano da economia, abordando temas como a empatia, a moral e a ética nas interações sociais e econômicas. Essa perspectiva multifacetada permitiu uma compreensão mais completa do comportamento humano e de como as sociedades se organizam em torno de suas atividades econômicas.

A abordagem de Smith em relação à economia clássica e ao liberalismo econômico influenciou gerações de pensadores e líderes políticos, deixando um legado intelectual duradouro. Seus conceitos ainda têm impacto na formulação de políticas econômicas e no estudo das dinâmicas de mercado em todo o mundo.

Neste artigo, exploraremos de forma mais profunda a vida e as principais contribuições de Adam Smith para a economia moderna. Compreender sua visão sobre o livre mercado, a mão invisível e a importância da divisão do trabalho é fundamental para apreciar a evolução da economia e buscar soluções diante dos desafios econômicos contemporâneos.

 

A vida

Adam Smith nasceu em 5 de junho de 1723, na pequena cidade de Kirkcaldy, na Escócia. Filho único, perdeu o pai ainda na infância e foi criado por sua mãe, Margaret Douglas, que desempenhou um papel fundamental em sua educação.

Apesar de modesta, a família de Smith valorizava a educação e a erudição, o que permitiu que ele frequentasse a Universidade de Glasgow aos 14 anos de idade.

Na universidade, Smith estudou retórica, literatura, filosofia moral e direito natural, tendo como influências intelectuais importantes nomes como Francis Hutcheson e David Hume. Durante esse período, desenvolveu um forte interesse pela filosofia moral e a economia política, que se tornariam os pilares de suas obras futuras.

Em 1740, Smith recebeu uma bolsa para estudar na Universidade de Oxford, onde se dedicou à leitura e ao estudo da história e da literatura clássica.

No entanto, ele ficou descontente com o sistema educacional de Oxford, considerando-o inferior ao que havia encontrado em Glasgow. Assim, após um ano, retornou à Escócia para lecionar em Edimburgo.

Em 1751, Adam Smith foi nomeado professor de Lógica na Universidade de Glasgow e, posteriormente, ocupou a cátedra de Filosofia Moral em 1752. Foi durante esse período que ele desenvolveu suas ideias e teorias que o tornariam famoso como economista e filósofo.

Após uma década lecionando em Glasgow, Smith recebeu a oportunidade de realizar uma grand tour pela Europa como tutor do jovem Duque de Buccleuch. Durante essa viagem, ele visitou importantes centros intelectuais, como Paris e Genebra, onde entrou em contato com os principais pensadores da época e aprofundou seu conhecimento em diversas áreas.

De volta à Escócia, Adam Smith se estabeleceu em Kirkcaldy e se dedicou intensamente à redação de suas obras. Em 1759, publicou sua primeira grande obra, “Teoria dos Sentimentos Morais”, onde explorou os fundamentos da moralidade, da empatia e das interações sociais, além de abordar a natureza humana em relação à busca por reconhecimento e aprovação.

No entanto, foi com a publicação de “A Riqueza das Nações” em 1776 que Adam Smith alcançou renome mundial e se tornou uma figura central no campo da economia política. Nessa obra, ele defendeu a importância do livre mercado, a divisão do trabalho e a noção de que o interesse individual, em um mercado competitivo, pode levar ao benefício geral da sociedade.

Apesar de ter alcançado sucesso intelectual e reconhecimento, Adam Smith era conhecido por sua modéstia e vida simples. Ele nunca se casou e passou a maior parte de sua vida dedicado ao estudo, ao ensino e à escrita de suas obras. Smith faleceu em 17 de julho de 1790, em Edimburgo, deixando um legado duradouro que continua a influenciar o pensamento econômico e filosófico até os dias de hoje.

 

O liberalismo para Smith

Para Adam Smith, o liberalismo econômico representava uma perspectiva inovadora e fundamental para o desenvolvimento das sociedades. Em sua época, a economia estava fortemente regulada por governos e monarquias, e o mercantilismo prevalecia como a teoria econômica dominante.

No entanto, Smith acreditava que a intervenção excessiva do Estado na economia e o protecionismo comercial impediam o pleno potencial do livre comércio e do progresso econômico.

O pensamento de Adam Smith estava enraizado em uma visão humanista e otimista da natureza humana. Ele via os seres humanos como seres racionais, motivados por seu próprio interesse e pela busca de prosperidade. Smith acreditava que, ao permitir que indivíduos e empresas buscassem seus próprios interesses econômicos sem excessiva interferência estatal, o mercado se autorregularia e levaria a uma alocação eficiente de recursos, beneficiando a sociedade como um todo.

Essa concepção ficou famosa através da expressão “a mão invisível”, que Smith menciona em sua obra “A Riqueza das Nações”. A ideia era que, embora os indivíduos buscassem seus próprios interesses pessoais, a interação no mercado levaria a um equilíbrio benéfico para a sociedade, como se uma mão invisível conduzisse os acontecimentos para o bem comum.

Smith também enfatizou a importância da divisão do trabalho como um fator essencial para o aumento da produtividade e a geração de riqueza. Ele observou que, ao especializar-se em determinadas tarefas, os trabalhadores poderiam aprimorar suas habilidades e produzir mais em menos tempo, o que impulsionaria o crescimento econômico.

O contexto histórico em que viveu também foi relevante para sua dedicação ao liberalismo. A Revolução Industrial estava em curso, e o mundo passava por transformações significativas nos sistemas econômicos e nas relações de produção. Smith acreditava que suas teorias poderiam oferecer uma base sólida para um novo modelo econômico que permitisse o progresso e o bem-estar da sociedade como um todo.

Assim, Adam Smith dedicou sua vida ao estudo e à elaboração de suas ideias sobre o liberalismo econômico, acreditando que, através da compreensão e aplicação desses princípios, as sociedades poderiam alcançar um desenvolvimento mais equitativo e próspero. Seu legado como “pai da economia moderna” continua a influenciar a teoria econômica e a política até hoje.

 

A natureza humana para Smith

Para Adam Smith, a natureza humana era intrinsecamente moldada por uma busca inata por reconhecimento e aprovação social. Ele acreditava que os seres humanos possuem um senso inato de empatia e simpatia pelas emoções e situações dos outros. Essa capacidade de se colocar no lugar do outro é o que forma a base da moralidade e da ética humanas.

Em sua obra “Teoria dos Sentimentos Morais”, publicada em 1759, Smith explorou a ideia de que os indivíduos são motivados pelo desejo de serem aprovados e estimados por seus pares. Ele argumentou que, em nossas interações sociais, buscamos a aprovação dos outros, e essa busca de aprovação molda nosso comportamento moral e ético.

No entanto, Smith também reconhecia que a busca pelo interesse próprio é uma parte inerente da natureza humana. Ele argumentava que, ao permitir que indivíduos buscassem seus próprios interesses econômicos no livre mercado, a sociedade como um todo poderia se beneficiar, pois a interação desses interesses levaria a uma alocação mais eficiente de recursos.

Essa dualidade na natureza humana, com a combinação de egoísmo e simpatia, era vista por Smith como uma força motriz importante para o funcionamento da sociedade. Enquanto o interesse próprio motivava a produtividade e o crescimento econômico, a simpatia e a empatia eram fundamentais para a coesão social e o desenvolvimento de valores éticos compartilhados.

 

Principais obras de Adam Smith

  1. “Teoria dos Sentimentos Morais” (1759): Nesta obra, Adam Smith explora a filosofia moral e ética, enfocando o papel dos sentimentos humanos, como a simpatia e a empatia, na formação das normas sociais e da moralidade.
  2. “A Riqueza das Nações” (1776): Esta é a obra mais famosa e influente de Adam Smith. Nela, ele aborda a economia política e discute a teoria do valor, a divisão do trabalho, a riqueza das nações, a livre concorrência e o papel do Estado na economia. É neste livro que ele desenvolve a noção da “mão invisível”, em que o interesse próprio dos indivíduos, em um mercado competitivo, acaba contribuindo para o benefício geral da sociedade.
  3. “Ensaios sobre a Filosofia da História” (1795): Esta obra foi publicada postumamente e reúne uma série de ensaios em que Smith aborda temas como a filosofia da história, a evolução das sociedades e as etapas do desenvolvimento humano. Embora seja menos conhecida que suas duas obras principais, também contribui para a compreensão do pensamento de Smith em relação à história e ao progresso das civilizações.

 

Principais influências

  1. Francis Hutcheson: Smith estudou sob a orientação de Francis Hutcheson em sua educação na Universidade de Glasgow. Hutcheson era um filósofo moral e seu enfoque na benevolência e simpatia influenciou a ênfase de Smith na importância dos sentimentos e da moralidade em suas teorias.
  2. David Hume: Outro pensador escocês, David Hume, foi um amigo próximo de Smith e teve um impacto significativo em suas ideias filosóficas e econômicas. Hume também enfatizava a observação empírica e a experiência humana em sua abordagem filosófica, o que influenciou a abordagem de Smith na compreensão da natureza humana e das interações sociais.
  3. John Locke: Embora não tenha sido contemporâneo de Smith, as ideias de John Locke sobre direitos individuais, propriedade privada e liberdade individual tiveram uma influência importante nas reflexões de Smith sobre economia política e o papel do Estado.
  4. Bernard de Mandeville: A influência de Bernard de Mandeville em Adam Smith é um tema de debate acadêmico. Embora alguns estudiosos acreditem que Mandeville tenha influenciado a visão de Smith sobre a busca do interesse próprio na sociedade, outros argumentam que as ideias de ambos os pensadores são distintas em muitos aspectos.
  5. Richard Cantillon: Outro economista que é frequentemente citado como uma possível influência sobre Smith é Richard Cantillon, um dos primeiros pensadores a abordar a teoria econômica no século XVIII. Embora não haja consenso entre os estudiosos sobre a extensão dessa influência, algumas ideias de Cantillon podem ter contribuído para o desenvolvimento das teorias econômicas de Smith.

 

Frases geniais de Adam Smith

“Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelos seus próprios interesses.”

“Felicidade é aquilo que ganhamos pelo agir.”

 

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