Charles Dickens: Principais pensamentos e contribuições

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Nos meandros da literatura inglesa, poucos nomes brilham tão intensamente quanto o de Charles Dickens. Este mestre da prosa victoriana capturou a essência da sociedade de sua época, expondo suas injustiças e contrastes sociais com uma habilidade narrativa incomparável.

Desde os salões nobres até as vielas sombrias de Londres, Dickens povoou suas páginas com uma miríade de personagens inesquecíveis, imortalizando-se como um dos maiores escritores de todos os tempos.

Neste post, exploraremos a vida fascinante de Charles Dickens, desde suas origens humildes até suas grandes obras-primas literárias. Conheceremos os elementos que tornaram sua escrita tão impactante e sua influência duradoura na literatura mundial.

Prepare-se para mergulhar no mundo de Dickens e descobrir por que sua obra continua a encantar leitores de todas as idades até os dias de hoje.

 

A vida de Dickens

Charles Dickens nasceu em Portsmouth, Inglaterra, no dia 7 de fevereiro de 1812. Ele era o segundo de oito filhos de John Dickens, funcionário da Marinha Real, e Elizabeth Barrow. A família enfrentou dificuldades financeiras quando Dickens ainda era jovem, e essa experiência moldaria sua visão de mundo e influenciaria muitas de suas obras.

Aos doze anos, Dickens foi obrigado a trabalhar em uma fábrica de graxa para sapatos, após seu pai ser preso por dívidas. Essa experiência traumática deixou uma marca profunda em sua vida e inspirou seu ativismo social posterior.

Dickens começou sua carreira literária como jornalista, escrevendo artigos para diversos periódicos londrinos. Sua primeira incursão na ficção foi com o lançamento de “Os Papéis Póstumos do Clube Pickwick” (1836-1837), que rapidamente se tornou um sucesso.

Ao longo de sua vida, Dickens escreveu uma série de romances serializados, muitos dos quais foram posteriormente publicados como livros. Suas obras mais famosas incluem “Oliver Twist” (1837-1839), “David Copperfield” (1849-1850), “Grandes Esperanças” (1860-1861) e “Um Conto de Duas Cidades” (1859), entre outros.

Além de sua carreira como escritor, Dickens foi um incansável defensor dos direitos das crianças e dos mais pobres. Ele organizou campanhas de caridade, fez discursos públicos e escreveu extensivamente sobre as condições precárias em que muitos viviam na época vitoriana.

A vida de Dickens foi marcada por sucessos literários, mas também por desafios pessoais, incluindo um casamento conturbado e problemas de saúde. Ele faleceu em 9 de junho de 1870, deixando para trás um legado literário que perdura até os dias de hoje.

 

Charles Dickens e o ocultismo

Charles Dickens demonstrou um interesse peculiar pelo ocultismo ao longo de sua vida, apesar de não ser uma faceta tão conhecida de sua personalidade. Ele participava de sessões espíritas, que eram populares durante a época vitoriana, acreditando na possibilidade de comunicação com os espíritos dos mortos.

Além disso, Dickens era membro da Sociedade de Pesquisa Psíquica de Londres, uma organização dedicada ao estudo científico de fenômenos paranormais e espirituais. Embora o ocultismo não seja um tema dominante em sua obra, Dickens ocasionalmente incorporava elementos sobrenaturais e góticos em suas histórias, como em “Um Conto de Natal” (“A Christmas Carol”), onde o protagonista é visitado por espíritos que o levam em uma jornada através do tempo e do espaço.

Essas inclinações sugerem que, além de sua produção literária mais convencional, Dickens tinha uma curiosidade e fascínio pelo mundo do sobrenatural e do além-vida.

 

Estilo Literário

O estilo literário de Charles Dickens é distintivo e multifacetado, refletindo não apenas a época vitoriana em que ele escreveu, mas também sua própria personalidade e perspectiva única sobre o mundo. Aqui estão alguns aspectos notáveis do estilo literário de Dickens:

  1. Realismo Detalhado: Dickens era mestre em criar descrições vívidas e detalhadas de ambientes, personagens e situações. Ele pintava retratos realistas da sociedade de sua época, desde os salões da alta sociedade até as ruas escuras e tumultuadas das cidades industriais.
  2. Caracterização Profunda: Uma das maiores habilidades de Dickens era a criação de personagens memoráveis e complexos. Seus romances estão repletos de uma variedade de personagens, cada um com características distintas e profundamente desenvolvidas. De vilões sinistros a heróis virtuosos e personagens excêntricos, Dickens tinha um talento único para dar vida a uma ampla gama de personalidades.
  3. Diálogos Habilidosos: Os diálogos nos romances de Dickens são frequentemente dinâmicos e reveladores, contribuindo para o desenvolvimento dos personagens e para o avanço da trama. Ele era habilidoso em capturar os diferentes tons de voz e os modismos da fala da época, criando diálogos que soavam autênticos e cativantes.
  4. Humor e Sátira: Dickens era um mestre do humor e da sátira, usando esses elementos para criticar os aspectos mais sombrios da sociedade vitoriana. Seus romances frequentemente apresentam cenas cômicas e personagens caricatos, ao mesmo tempo em que abordam questões sérias como desigualdade social, corrupção e injustiça.
  5. Narrativa Serializada: Muitas das obras de Dickens foram inicialmente publicadas em forma de serialização em revistas periódicas. Esse formato influenciou profundamente seu estilo de escrita, levando-o a criar tramas complexas e cheias de reviravoltas, projetadas para manter o interesse do leitor ao longo de várias edições.

 

Principais influências de Charles Dickens

Charles Dickens foi influenciado por uma variedade de personalidades ao longo de sua vida, incluindo autores, filósofos, figuras literárias e políticas. Aqui estão algumas das maiores influências que moldaram seu pensamento e seu trabalho:

  1. William Shakespeare: Dickens era um grande admirador das obras de Shakespeare e frequentemente fazia referências às suas peças em seus próprios escritos. Ele valorizava a habilidade de Shakespeare em criar personagens complexos e em explorar uma ampla gama de temas humanos.
  2. Oliver Goldsmith: O autor e dramaturgo irlandês Oliver Goldsmith influenciou Dickens com seu estilo claro e acessível, além de seu foco em retratar a vida das classes mais baixas. Goldsmith também escreveu sobre temas sociais e morais, que ressoaram com as preocupações de Dickens sobre a injustiça e a desigualdade.
  3. Charles Lamb: Dickens admirava o ensaísta e crítico literário Charles Lamb, especialmente por sua habilidade em criar atmosferas e em retratar a vida cotidiana de forma envolvente. Lamb também foi uma influência na prosa ensaística de Dickens, incentivando-o a explorar novas formas de expressão literária.
  4. Henry Fielding e Tobias Smollett: Dickens era fã dos romances picarescos do século XVIII, especialmente os trabalhos de Fielding e Smollett. Ele apreciava sua mistura de comédia, aventura e sátira social, elementos que também podem ser encontrados em muitas de suas próprias obras.
  5. Thomas Carlyle: O filósofo e ensaísta escocês Thomas Carlyle foi uma influência importante para Dickens, especialmente em relação às suas ideias sobre justiça social e reforma. Carlyle defendia a necessidade de uma sociedade mais justa e igualitária, temas que ressoam em muitos dos escritos e atividades de Dickens.

Essas personalidades ajudaram a moldar o pensamento e o estilo literário de Charles Dickens, contribuindo para sua visão de mundo e para a criação de algumas das obras mais notáveis da literatura inglesa.

 

Principais obras de Charles Dickens

  1. Oliver Twist (1837-1839): Um dos romances mais populares de Dickens, “Oliver Twist” conta a história de um jovem órfão que enfrenta adversidades e crueldades enquanto tenta encontrar seu lugar no mundo.
  2. David Copperfield (1849-1850): Este romance autobiográfico segue a jornada de David Copperfield desde sua infância até a idade adulta, explorando temas como amor, amizade, redenção e autodescoberta.
  3. Grandes Esperanças (1860-1861): Considerada uma das maiores realizações literárias de Dickens, “Grandes Esperanças” narra a história de Pip, um jovem órfão criado pela irmã e pelo cunhado abusivos, cuja vida muda drasticamente quando ele recebe uma misteriosa herança.
  4. Um Conto de Duas Cidades (1859): Ambientado na França e na Inglaterra durante os tumultuosos eventos da Revolução Francesa, “Um Conto de Duas Cidades” é uma história de amor, sacrifício e redenção que explora as consequências da injustiça e da opressão.
  5. A Christmas Carol (1843): Esta novela clássica de Natal conta a história de Ebenezer Scrooge, um homem avarento e egoísta que é visitado por três espíritos na véspera de Natal, levando-o a uma jornada de autoconhecimento e transformação espiritual.
  6. Bleak House (1852-1853): Este romance é conhecido por sua complexa trama e suas vívidas descrições da sociedade vitoriana. “Bleak House” expõe as injustiças do sistema legal inglês da época e os efeitos corrosivos da burocracia e da corrupção.
  7. Nicholas Nickleby (1838-1839): “Nicholas Nickleby” é uma sátira social que segue as aventuras do jovem Nicholas em sua luta contra a crueldade e a exploração, especialmente por parte de seu tio, o malicioso Ralph Nickleby.

Essas são apenas algumas das principais obras de Charles Dickens, que continuam a ser lidas e apreciadas por sua riqueza narrativa, sua caracterização vívida e suas poderosas reflexões sobre a condição humana e a sociedade de sua época.

 

Frases geniais

“O dinheiro é uma benção para quem sabe o que fazer com ele e uma maldição para quem não sabe.”

“Nunca devemos envergonharmo-nos das nossas próprias lágrimas.”

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