David Hume: Principais pensamentos e contribuições

David Hume

David Hume foi um filósofo escocês que viveu no século XVIII e é considerado um dos mais importantes pensadores da Era da Iluminação (Iluminismo).

Nascido em Edimburgo, na Escócia, em 1711, Hume teve uma educação rigorosa, mas se destacou desde cedo por sua inteligência e curiosidade intelectual.

Ao longo de sua vida, ele produziu uma série de obras que se tornaram fundamentais para a história da filosofia, abrangendo temas que vão desde a teoria do conhecimento até a moral e a política.

As principais contribuições de Hume para o mundo foram suas investigações sobre a natureza do conhecimento humano e sua crítica ao racionalismo, que defendia que o conhecimento é adquirido a partir da razão pura e do pensamento lógico.

Em vez disso, Hume argumentou que todo o conhecimento é baseado na experiência sensorial e que não há ideias inatas na mente humana.

Ele também desenvolveu a teoria do empirismo, que afirma que todo conhecimento é derivado da experiência, e a teoria da causalidade, que postula que a causa e o efeito são inferidos a partir de experiências anteriores.

Além disso, Hume também fez importantes contribuições para a moral e a política, argumentando que as emoções e os sentimentos são fundamentais para a tomada de decisões éticas e políticas, e que a moralidade não é algo que pode ser deduzido a partir da razão, mas sim algo que é baseado em nossas emoções e sentimentos.

Ao longo deste artigo você entenderá como essas ideias influenciaram significativamente a filosofia, a psicologia, a política e outras áreas do conhecimento humano, tornando Hume um dos pensadores mais influentes e respeitados da história da filosofia.

 

A teoria do conhecimento

A teoria do conhecimento de David Hume é uma das mais influentes da história da filosofia ocidental.

Hume é conhecido por suas ideias empiristas, que afirmam que todo o conhecimento humano deriva da experiência sensorial.

Em outras palavras, ele argumentou que a mente humana é uma “tábula rasa” no nascimento, e que todas as ideias e conceitos que temos são adquiridos através da experiência.

Hume também foi um crítico implacável do conceito de causalidade, que é fundamental para a ciência e para a nossa compreensão do mundo.

Ele argumentou que não há razão para assumir que uma causa leva necessariamente a um efeito.

Em vez disso, ele acreditava que a ideia de causalidade é baseada na observação repetida de eventos que parecem estar relacionados.

Mas isso não significa que haja uma conexão necessária entre esses eventos.

Essas ideias foram apresentadas por Hume em sua obra “Investigação sobre o Entendimento Humano” (An Inquiry Concerning Human Understanding), publicada em 1748.

Sua teoria do conhecimento teve um impacto significativo no desenvolvimento posterior da filosofia e da ciência, influenciando figuras como Immanuel Kant e Karl Popper.

 

A importância ética das emoções e sentimentos

David Hume via as emoções como uma parte fundamental da natureza humana e da tomada de decisão ética.

Para Hume, as emoções, ou “paixões”, são um componente inseparável do pensamento humano e influenciam diretamente nossas ações e escolhas.

Assim como Carl Jung, Hume distinguia as emoções dos sentimentos. As emoções, para ele, eram reações afetivas que surgem em resposta a estímulos externos, como alegria, tristeza, raiva, amor, ódio, medo e desejo. Os sentimentos, por outro lado, eram reflexões internas sobre nossas próprias emoções, como a autoestima e a autoconfiança.

Para Hume, as emoções são a base da nossa tomada de decisão ética, pois nos permitem avaliar intuitivamente a bondade ou a maldade de uma ação.

Ele argumentava que a moralidade não é determinada por um conjunto de regras ou princípios abstratos, mas sim pela resposta emocional que temos em relação a determinadas ações.

Por exemplo, se alguém testemunha um ato de crueldade, pode sentir raiva e repulsa, e essa reação emocional seria a base para condenar moralmente essa ação.

Hume via as emoções como um guia intuitivo e confiável para o comportamento moral, argumentando que as emoções são um aspecto intrínseco da experiência humana que nos ajudam a avaliar intuitivamente as situações éticas.

No entanto, Hume também reconheceu que as emoções podem ser enganosas e que podem levar a decisões incorretas.

Por isso, ele defendia que é preciso cultivar a virtude da prudência para equilibrar as emoções com a razão.

Dessa forma, a razão poderia avaliar e decidir qual emoção é a mais adequada para uma situação ética específica, permitindo uma tomada de decisão mais equilibrada e fundamentada.

 

Principais obras de David Hume

  1. Tratado da natureza humana” (1739-1740): obra em três volumes em que Hume expõe sua filosofia empírica, incluindo a teoria da impressão e ideia.
  2. Investigação sobre o Entendimento Humano” (1748): livro em que Hume analisa a origem e a natureza do conhecimento humano, defendendo que todo conhecimento deriva da experiência.
  3. Investigação sobre os Princípios da Moral” (1751): obra em que Hume discute a natureza da moralidade, argumentando que o sentimento é a base da moralidade e que a razão tem um papel limitado na moral.
  4. História da Inglaterra” (1754-1762): obra em seis volumes que aborda a história da Inglaterra desde a invasão de Júlio César até a Revolução Gloriosa de 1688.
  5. Diálogos sobre a religião natural” (1779): obra póstuma em que Hume examina a existência de Deus e a natureza da religião, apresentando argumentos céticos contra as provas da existência de Deus.

 

Principais influências

  • Francis Hutcheson: filósofo escocês que defendia a ideia de que a moralidade era inerente à natureza humana e não necessitava de um fundamento divino. Influenciou Hume em sua teoria moral.
  • John Locke: filósofo inglês que propôs a ideia de que todo conhecimento provém da experiência sensorial. Influenciou Hume em sua teoria do conhecimento.
  • Pierre Bayle: filósofo francês que defendia a tolerância religiosa e a liberdade de pensamento. Influenciou Hume em sua defesa da tolerância religiosa.
  • George Berkeley: filósofo irlandês que defendia a ideia de que as coisas só existem na medida em que são percebidas. Influenciou Hume em sua crítica ao conceito de substância.
  • Isaac Newton: cientista inglês que desenvolveu a teoria da gravitação universal. Influenciou Hume em sua defesa do método científico e em sua crítica à metafísica.

 

Frases geniais de David Hume

“A beleza das coisas existe no espírito de quem as contempla.”

 

“A razão é, e só deve ser, a escrava das paixões.”

 

“A crença é mais semelhante a um hábito do que a um ato da vontade.”

 

“O costume é o grande guia da vida humana.”

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